Outro dia uma amiga estava preocupada porque a filha não tem amigos. A criança com pouco mais de 8 anos ainda não estabeleceu laços de amizade com ninguém na turma do colégio. Estranho poderia afirmar, mas quando conheci a pequena enxerguei a criança linda que ela é.
Educada, inteligente, desenrolada. Entre uma conversa e outra ela confidência que sente frio de apreensão no estômago esperando o recreio. Então ela finge estar ocupada com alguma coisa que prefere fazer sozinha. Timidez, certamente!
O fato é que algumas crianças são maldosas. Pequenos monstros. O que pode causar insegurança em uma menina que recentemente estudava no interior. Mas não quero falar sobre violência física ou psicológica, intencionais e repetidas que diariamente várias crianças sofrem caladas por medo de serem cada vez mais perseguidas.
Quero falar da infância que deixa boas lembranças, das brincadeiras nos finais de tarde, das férias no litoral, das viagens, das descobertas, dos doces momentos que a gente vivia com certa irresponsabilidade. E no meu caso, tudo isso foi vivenciado ao lado dos meus primos.
Férias, carnaval, formatura do ABC, batizado, natal, final de ano, tudo, tudo, tudo com a família reunida. Com sete meninas e sete meninos, os anos 80 foi uma época divertida para gente compartilhar. Passamos pelo atari, a Barbie e o autorama. Brincamos de pega, sinuca e gato mia. Fizemos barracas usando lençóis. Conhecemos junto parte do litoral pernambucano e alagoano até meados dos anos 90. Não tenho lembrança que eles não estejam.
Brigas, desentendimentos, repreensões. Acordos de paz, desculpas, esquecimentos. Hoje, amizade e saudade. Alguns deles já casaram, outros tiveram filhos. Tem aquela que está esperando o primeiro rei, os que viraram empresários, a que trabalha nos três turnos e ainda é mãe e esposa, a que segura às pontas de casa, o que virou cantor, os que continuam juntos dia a dia em uma rotina deliciosa de se viver.
Não foi na escola que constitui os primeiros laços de amizade. Aos 8 anos eu já tinha os amigos de uma vida. E eles não estavam na sala de aula, no meu recreio. Eles tinham meu sangue. A procura fora era inútil. E ansiedade no estômago eu só sentia momentos antes de meus pais me levarem para casa das minhas tias. E tudo isso porque meus primos faziam da minha infância um lugar melhor.
Tivemos uma infância unida e depois de "grandes" - (uns cresceram e outros não), ainda estamos muito unidos.
ResponderExcluirQue lindo... Adorei relembrar nossos velhos momentos!!!
ResponderExcluirLindo Daniiiiiiii, saudade imensa de tu visse!!! Nem sou da família, mas tenho orgulho danado da tua gentileza e carinho.
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