sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sem distância geográfica




Odeio despedidas. Não sei dizer tchau. Em alguns casos chego a sentir dor física do lado esquerdo do peito. E isso não é dramatização, é saudade antecipada da convivência, das conversas, da rotina.

Por menor que seja a distância que irá nos separar geograficamente, levo tempo para digerir o encontro que precede a partida, o último abraço, o último beijo, a última visão, o último sorriso, o último acenar.

Quando criança tudo isso era explicado pelo medo inconsciente de não haver amanhã. Hoje também. Ainda assim tento não pensar nesta possibilidade. Afasto de mim qualquer pensamento de acidente. E sem potencializar as coisas finjo que o até logo não me incomoda.

Mas como é difícil lidar com a distância, com a ausência de pessoas queridas, com as lembranças, com os momentos que você daria todas as suas economias pela presença daqueles amigos que resolveram estudar no velho mundo. Parte da família e dos amigos que moram longe. Daqueles que não houve despedida. E, principalmente, daqueles que não regressaram.

Egoísmo, medo, saudade, seja lá o que for. Para mim, também é amor.

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